
Historicamente, tudo o que diz respeito sobre as mulheres é sem vergonha, sem pudor, selvagem: seu corpo, sua imagem, seu comportamento perante à sociedade, mesmo modelado por crenças religiosas, estímulos sociais ou diante do matrimônio. Assim como a pequena flor africana Impatiens, que cresce de maneira tão rápida que lhe rendeu o nome científico: “incapaz de esperar, apressada”.
Seu outro nome popular, “beijo”, vem da forma como suas cápsulas rompem ao mais leve contato: um atrito e logo suas sementes são arremessadas longe. Seu jeito “desinibido” e “dado”, bastando um galho e um pouco de umidade para já criar raízes, juntamente com sua “vulgaridade” ao pular cercas, extrapolar muros e jardins e pegar em qualquer pedaço de terra, lhe rendeu um rótulo vexatório: invasora.
Da flor que desabrocha, Prazer, Maria-Sem-Vergonha nasce da necessidade de causar certo desconforto, a partir de um choque consciente nas pessoas que ainda resistem em reconhecer que as mulheres podem “invadir” o espaço que bem entenderem, especialmente quando se fala sobre sexo, sempre pautados na ciência e em todas as realidades vividas por Elas, múltiplas assim como as cores e formas da flor maria-sem-vergonha: brancas, rosas, roxas, laranjas, vermelhas e bicolores; de pétalas simples ou dobradas, mas que florescem o ano todo e estão por todos os lugares apesar de serem regulamentadas, quando não proibidas.

Emanuela Lemes
“O orgasmo é o menor dos prazeres na sexualidade. Prazer é toque, sensibilidade, poder, atitude, certeza – tudo que te faz ter uma relação verdadeira com o seu corpo e com quem você quiser.”

Victória Castilho
“Prazer para mim é ter relações recíprocas e leais, independente se são amorosas ou com sua família e amigos. Me sinto transbordada ao tomar sol com o céu azul, em sair com meus pais e meus amigos, rir, dirigir, cantar e dançar uma música bem alta. Acho que tudo
gira em torno dos momentos em que eu posso ser eu mesma e me sentir amada por isso.”

Maria Clara Possarle
“Prazer é múltiplo. É ser capaz de viver as suas verdades
e os seus desejos sem medo de ser julgada. Tudo aquilo que me faz feliz, o brilho nos olhos, o frio no estômago, calor do momento e a certeza da felicidade no autêntico.”

Lilian Crepaldi
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), orientado por Lilian Crepaldi de Oliveira Ayala.